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domingo, 28 de fevereiro de 2010

SOCIOLOGIA DO ESPORTE

Leiam com atenção, durante as aulas comentaremos, ok?
MAURICIO MURAD, sociólogo, professor da Uerj e do mestrado da Universo, seu
último livro é SOCIOLOGIA E EDUCAÇÃO FÍSICA: DIÁLOGOS, LINGUAGENS DO CORPO,
ESPORTES, 2009, RJ, FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS.
A sociologia é uma das ciências sociais e teve seu estatuto científico firmado a
partir da segunda metade do século XIX, na Europa, mais especificamente na França,
por intermédio do pensamento positivista de Augusto Comte (1798/1857) e Émile
Durkheim (1858/1917). Isto, na conjuntura de consolidação da sociedade capitalista na
história, no período após as grandes revoluções burguesas, especialmente a francesa e
a industrial.
De um modo bem formal, podemos dividir a sociologia em duas grandes áreas:
a sociologia geral e as sociologias particulares. A sociologia do esporte é uma dessas
sociologias particulares, específicas ou especiais e trata de como pesquisar e analisar o
fenômeno esportivo, enquanto fenômeno social, ou seja, a partir da articulação
dinâmica e interativa entre as diferentes estruturas componentes da sociedade: a
econômica, a política e a cultural.
O lúdico, o jogo, é uma das dimensões estruturais e estruturantes da vida
humana em sociedade. O esporte é o lúdico socialmente organizado,
institucionalizado, com regras aceitas internacionalmente, apresentando hierarquias,
papéis e funções, como, de uma maneira geral, podemos ver em todas as instituições.
Inúmeros são os tipos e as modalidades esportivas. A vida em sociedade quase
sempre e em todas as épocas tem um jogo, um esporte ou algum dos fundamentos
destes marcando o seu dia‐a‐dia e podendo ser um dos elementos de sua
representação cultural e social. O esporte pode ser uma metáfora da vida social, uma
representação resumida de seus fundamentos, de suas raízes, de suas contradições. O
esporte é um “fato social total”. Portanto, pode e deve ser estudado pela sociologia,
como uma contribuição expressiva a uma sociologia geral da sociedade.
Marcel Mauss (1872/1950) trouxe, à luz da Antropologia, o conceito de “fato
social total” (talvez, sua contribuição mais importante) no Ensaio Sobre a Dádiva,
publicado em 1925, em uma coletânea intitulada Sociologia e Antropologia, embora “a noção esteja presente em toda a sua obra”, como escreveu Lévi‐Strauss. E foi neste
mesmo livro, Sociologia e Antropologia, que o autor formulou algumas idéias e
reflexões sobre o corpo, a gestualidade e a natação, o que soma numa Sociologia do
Esporte.
Mauss constrói a categoria de “fato social total”, fundamentalmente, a partir
dos trabalhos de Franz Boas, sobre o Potlatch, de Malinowski, sobre o Kula, dos
sistemas de festas do mundo indo‐europeu e conceitua “fato social total como aqueles
fenômenos complexos, pelos quais o conjunto das instituições se exprime e o todo
social pode ser observado”.
O esporte tem sido isso, especialmente a partir da segunda metade do século
XIX, quando foram organizados os chamados “esportes modernos”, na Europa
capitalista, industrial e imperialista e daí exportados para o mundo. Em escala
crescente, os esportes, para além de jogos, de entretenimentos, de lazer viraram
comércio, indústria, ideologia. O século XXI comprova isso cotidianamente. O esporte é
uma das representações sociais mais relevantes e por ele podemos “ler” as
identidades de uma determinada cultura, as raízes de uma determinada sociedade, os
sentidos de uma determinada história.
REFERÊNCIAS
Mauss, Marcel. Ensaio sobre a dádiva. In: Sociologia e Antropologia. São Paulo: Edusp,
1974.
Murad, Mauricio. Sociologia e Educação Física: diálogos, linguagens do corpo,
esportes. Rio de Janeiro: FGV, 2009.
Tubino, Manoel José e outros. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo:
Editora Senac, 2007.

Texto para reflexão

"NORMOSE"
(a doença de ser normal)

Todo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não
é exatamente fácil de alcançar. O sujeito "normal" é magro, alegre,
belo, sociável, e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a
vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum
problema. Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesses padrões,
acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós
gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações
de não enquadramento.

A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós? Quem são esses
ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas
vidas? Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja
assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha
"presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.

A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciaçã
o e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser. Você precisa de
quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar
quantos quilos até o verão chegar?

Então, como aliviar os sintomas desta doença? Um pouco de auto-estima
basta. Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem
todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram
personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu
modo. Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não
patentearam, não passaram adiante. O normal de cada um tem que ser
original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos
outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.

Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover
obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra,
simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não
conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer, é
porque estão sofrendo. E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é
iluminada. A normose está doutrinando erradamente muitos homens e
mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e
felizes.

Michel Schimidt
Psicoterapeuta

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Começamos 2010!!!

Leiam e divirtam-se!
Em breve comentaremos em sala de aula!!!


O papel da Sociologia do Esporte na retomada da Educação Física
Mauro BETTI
Universidade Estadual Paulista, Brasil
As mídias (em especial a televisão), têm exercido, nas últimas
duas décadas, decisivo direcionamento de tendências no âmbito
cultura corporal de movimento, com importantes repercussões
para a Educação Física. Tais tendências foram apontadas por
BETTI (1998, 2001): a) polissemia do esporte; b) novas
esportivações - fenômeno que tende a assimilar diversas formas
da cultura corporal de movimento ao modelo do esporte
espetáculo; e c) progressiva clivagem do esporte telespetáculo
das demais formas da cultura esportiva, cunhada pelas mídias e
pelas grandes corporações econômicas, as quais, cada vez mais,
assumem o gerenciamento do esporte como espetáculo
televisivo; essa tendência distancia, na sua forma (embora não no
seu simbolismo) o esporte telespetáculo do esporte que busca
valores associados ao lazer, à educação e à saúde.
A cultura corporal de movimento no mundo contemporâneo
alargou-se, as práticas se multiplicaram e pulverizaram: ginástica
aeróbica, tai-chi, musculação, wind-surf, hidroginástica, skate,
capoeira, street dance, dança-afro, rappel e tantas outras. A
denominação “esporte”, sob o patrocínio das mídias (pois é
preciso facilitar para o grande público o reconhecimento dos
produtos), passou a designar essa diversidade de práticas, as quais
já não atendem mais aos critérios clássicos da Sociologia do
Esporte que definem o que é esporte: competição, comparação
de desempenhos, busca da vitória ou recorde etc. Fala-se em
prazer, bem estar, aventura, desafio, natureza, diversão. A
Sociologia do Esporte foi subvertida, o fenômeno lingüístico
da polissemia, ampliou o significado da palavra “esporte”, nos
termos de RICOUER (1987, p. 60): “Porque temos mais idéias do
que palavras para as expressar, temos que alargar o significado
que a elas atribuímos no senso comum”.
Não obstante o alargamento de sentido conferido à expressão
“esporte”, assistimos hoje à progressiva clivagem do esporte
profissional das demais formas da cultura esportiva, cunhada
pelas mídias e pelas grandes corporações econômicas. Para
EICHEBERG (1995) o esporte de alto rendimento, de elite, que há
muito tempo representa o topo ideal da pirâmide esportiva, está
se modificando, da produção de resultados individuais para um
“circo midiático”. As qualidades visuais do esporte, e não mais
a produção de resultados, é que concentram a atenção da mídia
televisionada; em decorrência, estariam a se separar os caminhos
do esporte moderno clássico e do “circo esportivo”.
O esporte espetáculo é trabalho e show; o atleta é um
trabalhador-artista, sujeito a doenças ocupacionais e desemprego,
como qualquer outro. O esporte é, hoje, campo de atuação de
“marketeiros”, empresários, executivos das grandes redes de
televisão. Cada vez mais distancia-se aquela forma que já foi
sucessivamente denominada de “esporte de alto nível”, “esporte
de alto rendimento”, “esporte espetáculo” e “esporte
telespetáculo” (BETTI, 1998) do esporte praticado em busca de
valores associados ao lazer, educação e promoção da saúde.
Como o esporte (no sentido restrito) é a forma hegemônica
da cultura corporal de movimento contemporânea, é, portanto,
muito popular em vários grupos sociais. Similarmente, a
popularidade de algumas modalidades esportivas na escola
(futebol, volibol), faz com que os alunos resistam às tentativas
de incluir outros conteúdos. Antes de ver tais fatos apenas como
problemas, é preciso reconhecer a solução que já contém: por
exemplo, as diversas e criativas formas de jogar futebol presentes
na cultura infanto-juvenil precisariam ser investigadas. Até que
ponto estariam presentes os princípios do selecionamento e
sobrepujança (KUNZ, 1991), submissão a regras universais e
predeterminadas etc.? Aquelas formas poderiam ser transferidas
para outros conteúdos?
O simbolismo presente no esporte precisaria também ser
considerado. O esporte pode ser analisado sob uma perspectiva
semiótica, para a qual o homem liga-se ao mundo por intermédio
de signos e símbolos. Nesse entendimento, para KRAWCZYK
(1996), a significação do esporte contemporâneo expressa o
desejo da sociedade industrial por competir, alcançar a perfeição,
a fama individual e a riqueza, satisfaz o desejo de uma rápida
mobilidade social, de superar barreiras biológicas e culturais e
abolir as desigualdades étnicas, de gênero e raciais. Mas vai mais
além, expressando o desejo por princípios éticos universais e de
abandonar, mesmo que por um momento, a insensatez do
mundo profano. Tal expressa a dimensão utópica do esporte, o
desejo de construir um mundo no qual as relações entre os
indivíduos e o grupo existam de acordo com regras definidas
clara e justamente. Ora, se esse é o solo fértil sobre o qual também
se ergue o imaginário infanto-juvenil acerca do esporte, cabe
considerá-lo como ponto de partida (mas não de chegada...), e
portanto, poderíamos, à título de exemplo, indagar:
- Seria possível desvincular parcialmente, na sua forma, o
esporte infantil dos princípios da seleção e rendimento máximo
do esporte profissional (por exemplo, adaptando regras),
mantendo, contudo, o simbolismo do esporte, expresso, por
exemplo, pelo uniforme, a terminologia oficial etc., de modo a
garantir a inclusão de um grande número de crianças? Que
conseqüências haveria em chamar de “volibol”, um jogo de rebater
uma bola grande e leve, que permitisse às crianças imitarem os gestos
dos jogadores/as de volibol que vêem na televisão?
Mesa Redonda
Sociologia do Esporte / Atividade Física e Recreação
192 • Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v.20, p.191-93, set. 2006. Suplemento n.5.
XI Congresso Ciências do Desporto e Educação Física
dos países de língua portuguesa
Nova tendência de redirecionamento da cultura corporal de
movimento foi apontada por BETTI (2004): o “confundimento” ou
“entrelaçamento” entre os modelos de estética corporal e o modelo
do fitness (saúde/aptidão física), promovido pelas mídias. Tal tendência
poderia leva a um questionamento da tradição da Educação Física.
Nesse discurso, as ginásticas e o exercício físico não são associados à
saúde ou bem estar, mas a um modelo estético de magreza corporal.
Todavia, para o esculpimento desse modelo não basta mais somente
o exercício (a “malhação”, a ginástica), nem mesmo conjugado com
dieta. Exige também a intervenção cirúrgica - lipoaspiração, cirurgia
plástica propriamente dita, próteses de silicone.
Se pensarmos também nos aparelhos de eletroestimulação, que
promovem contrações musculares sem movimento (isométricas),
não estaria a categoria do exercício - presente na tradição da Educação
Física - questionada? Consideremos o trecho de uma propaganda
veiculada na televisão sobre um aparelho desse tipo: ”Agora você
poderá ficar só deitado ou sentado, e isso vai equivaler a 50 minutos de caminhada
ou a 30 minutos de aeróbica, ou 45 minutos de levantamento de peso ou a 35
minutos de bicicleta ou 20 minutos de corrida apenas usando [nome do
produto]”. Tal possibilidade confronta a tradição da Educação Física,
de valorizar o exercício, o movimento - o corpo em movimento é o
próprio homem na sua totalidade, “rotulada” de bio-psico-social,
expressão desgastada, é certo, porém ainda importante se a Educação
se pretende “física”, e se a Educação Física se pretende “educação”.
É claro que essa nova tendência exige uma indústria, um
mercado e um conjunto de práticas corporais (COURTINE, 1995).
Um novo mercado comercial do corpo está em expansão. Novos
espaços e estratégias de oferecimento da musculação, dança,
exercícios terapêuticos, artes marciais, aeróbica e outras práticas
modificaram o tradicional sistema de clubes. Tal não é apenas
uma inovação no nível econômico e organizacional, mas
representa uma mudança substantiva na cultura corporal de
movimento contemporânea (EICHEBERG, 1995).
Mas são os aparelhos de eletroestimulação o dado inovador que
encontramos. E por quê? Em primeiro lugar, porque se
configuram como uma nova panóplia corretora, para usar a expressão
de VIGARELLO (1995) agora, porém, não mais mecânica
(espartilhos, eixos e cruzes de ferro fixados sobre o corpo), mas
eletrônica, que também pretende garantir a forma por intermédio
do hábito, promovendo estimulações de fora para dentro. Contudo,
na medida em que provocam contrações musculares os aparelhos
elétricos estimulam também de dentro para fora, ou seja, invocam,
tal como as ginásticas, os poderes de adaptabilidade do corpo
(hipertrofia muscular, aumento do tônus, queima de calorias etc).
Isso é novo não apenas porque propõe uma exercitação
muscular sem movimento (a contração isométrica já é bem
conhecida na Educação Física), mas porque não mobiliza a
participação voluntária do sujeito na ativação muscular. Tal
proposição contrasta com a concepção de Educação Física para
a qual o “corpo em movimento” é o “homem em movimento”,
mobilizando potenciais físicos-motores, afetivos, cognitivos. A
tradição da Educação Física fica questionada.
Por outro lado, como aponta EICHEBERG (1995), todas essas
mudanças não ocorrem sem contradições. Se a prática do esporte
espetáculo distancia-se de muitos de nós, favorece-se o
surgimento de “novos estilos de vida”. Se o esporte telespetáculo,
marcado por um padrão de tempo “aerodinâmico” (velocidade,
parada, espera, tensão) tornou-se um campo de stress, isto é, de
um “tempo doentio”, em contraste, muitas das novas e
alternativas práticas corporais caracterizam-se por uma “nova
vagarosidade” - e aqui basta lembrar da crescente popularidade
da yoga e do tai-chi. Novos movimentos culturais alternativos têm
surgido, freqüentemente em oposição crítica ao esporte clássico
(jogos regionais com bola, práticas corporais orientais, atividades
terapêuticas bioenergéticas, esportes na natureza): caracterizase
um “esporte não-esportivo”. No Brasil, o caso da capoeira,
com suas múltiplas possibilidades, parece ser particularmente
interessante e ainda pouco pesquisado pela Sociologia do
Esporte. Também os esportes radicais, associados à virtualização
dos corpos (LÉVY, 1996), à natureza, à aventura e ao risco, objetos
de crescente atenção das mídias, por permitirem a maximização
da espetacularização do esporte (BETTI , 1999), são hoje desafio
para o pensar sociológico.
Caberia também falar, nos termos de MERLEAU-PONTY (2000),
na ambigüidade do esporte, se o pensarmos como um campo
fenomenal, no qual as diversas manifestações do esporte
(rendimento, lazer, educação etc.) formam uma comunidade, e
portanto não podemos ter a ilusão de que apenas um modo de
aparecimento do esporte possa esgotar suas possibilidades de
manifestação. Assim, por exemplo, no contexto (visível) do
esporte escolar, estão co-presentes (invisíveis) o esporte
telespetáculo, o esporte de lazer etc.
Como poderemos, diante, desse panorama, encontrar novos
sentidos para a tarefa profissional-pedagógica da Educação
Física? A disseminação de informações e sentidos sobre a cultura
corporal de movimento por parte das mídias talvez não mais
permita que os profissionais da Educação Física se coloquem
como intermédios que controlam os estímulos, pois estes agora
são desencadeados em grande parte pelo “mercado do corpo”,
atingindo diretamente os “consumidores”, os quais ditariam os
sentidos e valores das práticas corporais. Contudo, para que se
não se submetam irrestritamente aos interesses deste mercado
(o que implicaria perder para sempre a Educação Física tal como
a conhecemos a partir da sua moderna tradição), poderíamos
conceber os profissionais da Educação Física como mediadores
que se interpõem entre a cultura corporal de movimento dos
nossos tempos e os interessados na exercitação sistemática e
intencional da motricidade, auxiliando-os a realizar uma leitura
crítica daquela cultura e das suas próprias motricidades.
O desafio para os sociólogos é compreender as dinâmicas
sociais, políticas, econômicas, culturais, que subjazem ao
fenômeno, com base nas teorias e metodologias da ciência
sociológica; com base, enfim, na sua tradição disciplinar. O
desafio para os pesquisadores e profissionais que militam na
Rev. bras. Educ. Fís. Esp., São Paulo, v.20, p.191-93, set. 2006. Suplemento n.5. • 193